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Educação promove concurso público para admitir mais de 9 mil professores

 O Ministério da Educação vai contar, ainda este ano, com mais de nove mil professores, anunciou, nesta terça-feira, na cidade do Uíge, a ministra Luísa Grilo.


A governante, que se encontra desde segunda-feira na cidade do Uíge, para uma visita de trabalho que termina hoje, explicou que a abertura de mais um concurso público para ingresso no sector da Educação se deve ao número de salas   construídas no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP).  "Foram construídas muitas escolas, o que requer o aumento do número de professores para assegurarem o processo de ensino e aprendizagem. Todas as situações estão acauteladas para que, ainda neste mês de Setembro, seja aberto o procedimento concursal para admissão de mais de nove mil professores”, garantiu.

Segundo a ministra da Educação, antes do final do ano poderá ser realizado mais um concurso público para admissão de docentes e outros nos anos seguintes, à medida que vão sendo concluídas e disponibilizadas centenas de instituições escolares, ainda em construção.  "É um processo contínuo que deve ser feito de forma faseada, em função da conclusão das obras de várias escolas em curso no país e, também, do número de crianças que atinjam a idade escolar”, explicou.

Luísa Grilo garantiu que o Ministério da Educação continua a apostar na formação contínua dos professores e outros actores do sector, visando a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem, bem como na construção e apetrechamento de escolas e na informatização do sistema de gestão escolar.

Novas salas de aula

No âmbito da sua visita de trabalho à província do Uíge, a ministra da Educação inaugurou, na companhia do governador provincial, José Carvalho da Rocha, três escolas, com um total de 63 salas de aula, que vão acolher 7.840 alunos.

No bairro Nguengué, a ministra Luísa Grilo inaugurou uma escola com 15 salas de aula para acolher o ensino primário e no bairro Kilumosso, adjacente à centralidade com o mesmo nome, foi inaugurada uma escola com 24 salas de aula, onde passa a funcionar o Instituto Técnico de Saúde, que antes funcionava numa infra-estrutura sem as mínimas condições, no bairro Caquiúia.

No Bairro Social da Juventude, no Catapa, a ministra da Educação inaugurou outra escola com 24 salas de aula, onde foi transferido o Liceu do Uíge. Foi, também, inaugurada uma escola, igual ao Instituto Técnico de Saúde, que faz parte do pacote de cinco construídas com financiamento do Governo espanhol, no valor de 7,99 milhões de euros para cada uma. As outras três foram erguidas nos municípios de Maquela do Zombo, Quimbele e Sanza Pombo.

Luísa Grilo visitou, ainda, uma escola com 24 salas de aula, construída no âmbito da linha de crédito do Governo espanhol, no município do Songo, e outra com 12 salas de aula, com financiamento do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). 

A ministra constatou, na cidade do Uíge, as condições de funcionamento do Colégio 11 de Novembro, no bairro Popular, e de uma escola primária com 18 salas de aula no bairro Catapa. 

No bairro Kilumosso, a governante deslocou-se às obras do Magistério Primário, sem poder constatar a real situação por falta de condições de acesso às instalações, devido ao longo tempo de abandono. "É preciso reconhecer o esforço do Governo do Uíge em conseguir materializar a construção destes empreendimentos de ensino público, que agora podem ser entregues à comunidade estudantil. Destacar, também, um parceiro espanhol que conseguiu captar financiamento na Espanha para a construção destas modernas escolas, que devem ser bem cuidadas”, disse.

António Afonso e Joana Miranda, alunos da 12ª classe no Instituto Técnico de Saúde e no Liceu do Uíge, destacaram a imponência das infra-estruturas escolares e do equipamento moderno instalado e garantiram, em nome dos colegas, cuidar bem das instituições, do material de laboratório e outros meios colocados à disposição dos estudantes.

Estudantes de novas escolas preocupados com a falta de transporte

Nas mensagens lidas por António Afonso e Joana Miranda, do Instituto Técnico de Saúde e do Liceu do Uíge, os estudantes manifestaram-se preocupados com a falta de transporte escolar e o incipiente serviço de táxi, sobretudo no período nocturno, altura em que se acentua a criminalidade por falta de segurança policial e iluminação pública nas ruas que dão acesso às escolas.

O governador provincial do Uíje, José Carvalho da Rocha, prometeu intervir junto das operadoras de transportes colectivos no sentido de criarem rotas para os bairros onde se encontram as infra-estruturas escolares, com vista a facilitar a mobilidade dos estudantes e professores.

José Carvalho da Rocha tranquilizou os estudantes pelo facto de a Polícia Nacional ter voltado a colocar em funcionamento as Brigadas Escolares.

"Vamos dialogar com os operadores de transportes colectivos para que passem a dar prioridade às zonas onde existem escolas, para que os estudantes cheguem aos estabelecimentos de ensino sem grandes constrangimentos. Em relação à Segurança, a Polícia Nacional já está a trabalhar nisso, mas também é necessário o policiamento de proximidade e de rotina ao longo das vias de acesso às escolas”, referiu. 

Distribuição de manuais e de merenda escolar

A ministra Luísa Grilo reafirmou o compromisso do Ministério da Educação em continuar a distribuir manuais escolares gratuitos para o ensino primário em todo o país. 

A província do Uíge, explicou, foi contemplada, para o presente ano lectivo, com três milhões de livros, dos quais mais de dois milhões já foram disponibilizados. 

Quanto à aquisição e distribuição da merenda escolar, a ministra da Educação disse que o processo passa a ser da responsabilidade das administrações municipais, visto que passou a ser um serviço municipalizado, onde os responsáveis locais do sector devem asseguar a sua disponibilização aos alunos.

"Os manuais escolares para o ensino primário continuam a ser gratuitos e da responsabilidade do Ministério da Educação. Já a merenda escolar cabe às administrações municipais garantirem a sua distribuição, pois já é um serviço municipalizado, à luz da transferência de competências entre o poder central e o poder local”, esclareceu a ministra, que termina hoje a sua visita de trabalho ao Uíge.



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