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Direcção do Hospital Américo Boavida suspende equipa de serviço

 A direcção do hospital Américo Boavida anunciou, nesta terça-feira, em Luanda, a suspensão, com efeito imediato, do médico e todos os membros de serviço, por não prestarem assistência ao jovem José Soma, de 25 anos, que acabou por morrer.

Os implicados, realça o documento, vão estar suspensos enquanto decorrer o inquérito instaurado para apurar o sucedido. No comunicado, a direcção informou que vai dar todos os esclarecimentos à Procuradoria Geral da República (PGR) e a Ordem dos Médicos de Angola.

A direção do hospital reitera, no documento, o compromisso inalienável com a humanização dos serviços. "Lamentamos profundamente o ocorrido”, realça.

A ocorrência

O jovem José Soma, morreu, na manhã de ontem, à porta do Hospital Américo Boavida, em Luanda. Em entrevista ao Jornal de Angola, a mãe do malogrado, Cândida Domingas, explicou que, nos últimos dias, o jovem queixou-se de fortes dores, febres e que não conseguia ficar em pé.

Na madrugada de ontem, contou, levaram o jovem ao Hospital Américo Boavida e chegado ao Banco de Urgência, sem qualquer assistência médica e medicamentosa, foi-lhes dito para se retirarem do recinto hospitalar, por, alegadamente, o hospital não atender doentes como José Soma.

"Chegamos ao hospital às 4h00, fomos até ao Banco de Urgência, mas mandaram retirar, porque disseram que o paciente não podia ser atendido e tínhamos de ir para o Josina Machel. Deram-nos uma cadeira de roda para levar o doente até à porta do hospital. Dali em diante tudo ficou sob responsabilidade da família. Nem sequer uma ambulância deram”, lamentou a mãe, em lágrimas.

Horas depois, José Soma acabou por falecer. De acordo com relato de familiares, após a morte, os médicos em serviço foram até à porta do hospital e ordenaram a remoção do corpo até à morgue, facto que os familiares recusaram, porque antes o atendimento ter sido rejeitado pelas equipas médicas.

As equipas do Serviço de Investigação Criminal (SIC) apareceram horas depois para procederam à remoção do corpo e o levaram para o interior do Hospital Américo Boavida.

José Soma deixa dois filhos e uma mulher grávida.

A direcção

O director-geral do Hospital Américo Boavida explicou que tomaram conhecimento da situação horas depois da morte e tudo está a ser feito para se auferir os factos.

Mário Fernandes confirmou que o paciente e familiares foram recebidos no Banco de Urgência do hospital, mas que o médico em serviço não teve o procedimento correcto. "Temos informações que não foram cumpridos os procedimentos normais do Banco de Urgência, que seria o processo de triagem, avaliação do estado de gravidade do paciente e prosseguir com tratamento, ou seja, os primeiros socorros”, explicou.

De acordo com o director, os familiares do malogrado foram atendidos por um médico que está em formação, desde 2019, no Hospital Américo Boavida e não faz parte dos quadros da instituição.

A direcção do hospital, acrescentou, considera gravíssima a situação e desconhece as reais motivações que levaram o médico a não prestar assistência ao paciente. "O processo segue, uma vez que o médico e a equipa de serviço, aquando do sucedido, estão já sob custódia do SIC, para avaliação do grau de responsabilidade da situação”, disse.



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